Por Raíza Araújo
Fazer comédia não é para qualquer um, exige trabalho, talento e uma dose apurada de humor. E não é de hoje que as pessoas procuram motivos para sorrir. Pensando nisso, cada vez mais aparecem pessoas prontas para estimular uma boa gargalhada, seja utilizando figurino, cabelos diferentes, sonoplastia, movimentos e gestos, para contar uma história, ou apenas subindo no palco de “cara limpa”, ou seja, como pessoas normais, para relatar as faces engraçadas da vida. Nesse conto, a ficção e a realidade caminham juntas, em um jogo de palavras bem escritas e pensadas, mas contadas de maneira bem natural. Conhecido pelo nome inglês “stand up comedy”, a nova fórmula do riso virou um sucesso no Brasil.
O grande segredo das pessoas que se propõem a fazer stand up provavelmente esteja na aproximação que toda a narrativa montada tem com a realidade. Esse aspecto pode ser observado desde os caracteres de quem conta a história, no caso, pela falta de tal, ou pelo discurso. Tudo que essas pessoas contam em suas apresentações foi pensado categoricamente, mas na hora do show, se dê tudo como o “figurino” manda, a impressão que fica nas pessoas é de elas estarem à frente do(a) homem/mulher mais engraçado(a) do mundo.
O comediante Nil Agra, do grupo de stand up Tripé da Comédia, explicou um pouco sobre essa questão: (áudio)
Qualquer pessoa pode fazer stand-up, mas não é qualquer um que consegue fazer as pessoas rirem. Há fórmulas para se escrever uma piada, contar uma história engraçada, mas só com estudo e dedicação é que se aprende. No stand up, os humoristas trabalham com o tempo de 30’’ para gerar risos, quando o período extrapola 40’’ sem efeito nenhum sobre o público, é porque está na hora de mudar o rumo do espetáculo. Para isso, é necessário experiência e talento do comediante. “Se o cara tá lá na frente, contou uma piada, duas, três e ninguém riu, a única solução é arriar as calças, mostrar a bunda e ir embora”, brincou o comediante, Dirceu Siqueira.
O stand-up pode ser realizado em vários locais, como: teatros, bares e restaurantes, diferente do que acontece na dramaturgia. Cada modalidade de se fazer comédia atrai um tipo de público. No caso do stand up, são pessoas que tem uma vida social mais ativa, que gastam dinheiro com conteúdo e gastronomia. Um fato comum, é de pessoas que vão a um determinado restaurante sem saber que lá vai haver um espetáculo de stand-up, ou seja, elas tinham outras pretensões, e às vezes isso atrapalha o comediante, pois eles precisam “brigar” com o desvio de atenção do público (como: banquetes, músicas, conversas e até mesmo paqueras) para fora do espetáculo. Quando o esforço não surte resultado, é porque algum dos dois é ruim, público ou comediante.
O público ruim, segundo Nil Agra: (áudio)
Em Pernambuco, o stand up é sinônimo de sucesso em público. As apresentações ocorrem em média duas vezes na semana, com os melhores comediantes em ação no Estado e alguns convidados. Os locais são previamente divulgados pelos grupos. Comediantes de todo o Brasil já realizaram seus shows por aqui, inclusive, no próximo domingo, 09, Murilo Gun, um dos mais conceituados comediantes de stand up, faz seu show no Estado, e a platéia promete está lotada.
Confira parte do show do comediante Nil Agra: (vídeo)
Mural de fotos:
Os comediantes Dirceu Siqueira, Nil Agra e Renato Bartolomeu
O comediante Vasco Patú apresentado o stand up
A interação do público com o espetáculo
O visual de Nil Agra
O stand up faz parte da programação semanal de bares do Recife