Intrigas de estado. O título já diz tudo sobre o filme que vai estrear hoje. Amantes do jornalismo e da política podem se preparar, e os adeptos a um filme intrigante prestem bem atenção, pois não podem perder de ver esse longa metragem.
Com direção de Kevin Macdonald, Intrigas de Estado (State of Play), é uma adaptação do famoso seriado inglês de mesmo nome. O elenco renomado, com Russell Crowe, Ben Affleck, Rachel Mcdams e Helen Mirren, melhora ainda mais a história.
O filme acontece em Washington, D.C., nos Estados Unidos., e a história gira em torno de uma investigação jornalística sobre o assassinato de Sonia Baker (Maria Thayer), assistente e amante do congressista americano Stephen Collins (Ben Affleck). O trabalho da polícia com os jornalistas Cal McAffrey (Russell Crow) e Della Frye (Rachel Mcdam) transformam o filme policial em algo diferente, excitante e com prazo, sim com prazo para acabar, pois a matéria será capa do jornal e a editora-chefe Cameron Lynne (Helen Mirren), não os deixa esquecer do dead-line. O suspense é bem mais delicado do que parece, o jornalista McAffrey está envolvido em um triângulo amoroso com a mulher do congressista e amigo Collins, fato que compromete toda sua investigação, mas que talvez seja o ponto crucial para a solução do mistério. Se animaram? Vejam um pouco em http://www.imdb.com/video/imdb/vi2483225369/.
Uma característica interessante do longa, é a forma de mostrar os meios de comunicação que estão atualmente na sociedade. No começo, é visto a vantagem que o telejornalismo tem de impactar imagens, e transformá-las em notícia, ao expor o congressista emocionado ao revelar sobre o acidente diante de diversas pessoas. Neste caso as imagens tornaram a emoção do político mais importante que o assassinato.
No restante do filme os próprios jornalistas fazem comparações sobre os meios. Cal McAffrey, é um conceituado profissional no jornal e gosta das matérias com conteúdo e pesquisa, por isso preserva os contatos. O mesmo dá opiniões sobre o modo que a companheira de redação, Della Frye, trabalha: prefere as matérias quentes e ser a primeira a levar a informação para os cidadãos, pois é assim que se faz na web.
É possível comprovar essas características sobre os meios na diretoria também, pois apesar da editora-chefe do jornal coordenar os dois meios, a forma de administrar é diferente. A ambição de Cameron Lynne em levar o jornal ao topo e ser considerado o melhor, é visto na persistência no dead-line. O raciocínio dela é: quanto mais notícias melhor, e furos são essenciais. Ao longo do filme é notado que apesar de adorar toda a procura pelo assassino, ela não quer parar o jornal. É necessário continuar com notícias, mas por causa do foco na investigação, o desespero toma conta de Lynne ao ver a concorrência vender bastante por causa das notícias de capa sobre o deputado.
A corrida para a solução do caso pela dupla de jornalistas vai ficando cada vez mais rápida, e a verdade vai surgindo devagar e ao mesmo tempo de modo avassalador pela dupla. O papel fundamental e o cuidado com as fontes, o pensamento da melhor maneira de chegar nelas, a preocupação com o conteúdo baseado não só no compromisso profissional do jornalista com a verdade, mas que envolve a relação pessoal do jornalista McAffrey com uma das principais fontes, até que ponto isso vai interferir na notícia.
A mídia assumindo seu papel de denúncia perante a sociedade. Informações em estado bruto levam os repórteres a prática primordial do jornalismo, a investigação do conteúdo até a elaboração da notícia. As novas redes atuando no processo de somatório das informações, e a necessidade cada vez mais rápida por conteúdo, por aquilo que possa ser vendido e veiculado de imediato nas bancas e pela internet. As novas tecnologias transformando os produtores de notícia em meros "feirantes" de tudo aquilo que possa ser vendido, e por outro lado, a resistência dos que zelam pelo que representa a profissão, pessoas que aos poucos estão sendo incorporadas a conviver no sistema cada vez mais puro do interesse mercantil.
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